Dead seed

Das escolhas que fiz,
Você foi a mais difícil.
Mal "sem remédio",
Sem volta
E sem perdão.
Tua pureza me condena,
Eu não pedi defesa,
E o diabo sabe.
Mesmo que os anos passem,
E que os homens me inocentem
No papel,
Eu sei que,
A minha chama interna
Dia há de se consumar em carne,
E por fim nada mais que pó
Há de sobrar.
Mas e quanto a minha alma?
Essa dor cessa pós a morte?
Mesmo que tudo se volte a meu favor,
Eu desdenho,
Mereço sofrer,
Não quero defesa,
Já disse.
Eu tive escolha,
Tive que te ver escorrer de mim,
Como vinho não encorpado,
Que não me deixa esquecer,
Entorpecer.
Só lamento ter perdido teu sorriso,
Teu sol se pôs,
Sem ao menos ter nascido.

Aurora.

Isto não poderia começar diferente,
Como partículas de vento solar
Que se encontram,
Se estranham,
E se soltam a noite
Cruzando os céus de norte a sul.
Poeira espacial,
Brilhante,
Desconcertante
E despida aos olhos.
Boreal,
Austral
Ou artificial.
Bordada no caos dos encontros.
Mas que inferno frio és,
De tão bela.
Tremo por fora,
Mas por dentro encontro-me em chamas.

"Hell yeah, I remember aurora
Take me now, we can spin the sun around
And the stars will all come out
Then we'll turn and come back down..."
http://letras.mus.br/foo-fighters/15191/

For my dear Jonny.

You are my little bird,
Fly so close to me
And yet so far
But I feel your scent,
I well remember your smile
My dear outsider.
Come back to me
Or take me with you
I can not bear this distance,
Kiss me in my dreams
But wait for me awake.

Tu não vale...

Vou te contar uma coisa,
Tu não vale é nada.
Não vale chiclete mascado,
Não vale dente cariado,
Não vale feijão queimado,
Não vale papel amassado.
Tu não honra teu pinto,
Tu não honra nem tua mãe,
Tu merece é ficar sozinho.
Sozinho no escuro,
Sozinho na cama,
Sozinho na lama,
Sozinho na vida.
Mereces sofrer em desgosto,
Comer comida crua,
Sem sal,
Sem gosto.
Você é que nem uva passa,
Nem é uva
E nem passa.
Passe bem,
Bem mal.

Compromisso.

Eu tenho batido em muitas portas,
E tendo visto que umas se abrem facilmente,
Perco a vontade de entrar.
Eu tenho estado sozinha por querer,
E nisto penso que não existe
Soma exata pra minha conta.
E me despeço das desculpas prontas
De dizer que ninguém é bom pra mim,
E este é meu fim,
Eu sei,
O torto sou eu.
Então me agarro a contradições,
E nesta brochura torno a dizer
Que ninguém quer ser só,
Apenas quer ficar sozinho,
Mesmo que apenas até o amanhecer.
E ainda que eu me despedace
Pela milionésima vez,
Guardo dentro de mim um compromisso
De nunca desistir de amar.
E mesmo como uma rosa espinhenta
Eu acredito na vitória do meu aroma.
Ah seu tivesse um amor,
Mas é que o destino não dá asas a cobra,
Ele sabe bem pr'onde elas vão.

"Eu presto"

Tu me vem com esse caô
De que quer curtir por aí,
E que de mim só quer o que é bom
Mas sem preocupação.
E tu juras que eu não sei da minha condição
De mulher usada,
Suja,
Mais virada que folha de livro.
Como se fizesse questão de me lembrar
Com quantos homens já deitei,
Parece até que tu não pensas
Que desta flor só quiseram as pétalas,
Mas nunca o pistilo.
O meu corpo que tu tens vez ou outra,
Outros piores também podem ter,
Mas do pólen da alma,
Entendas,
Não encontrarás em qualquer jardim pra ser entregue.
Tem uns por aí achando que
Quem "deu" se apaixonou,
Pois que fique bem claro que eu abuso de mim,
E vou abusar muito mais
Até o dia em que alguém for o suficente
Pra germinar minha flor.
Olha aqui neguinho
Isto não é despeito não,
É peito mesmo.

Respire em mim.

Senti seu cheiro desde a esquina,
O cheiro de tua pele quente,
E como se fosse aguardente, me embriaguei.
Descobri que eu visto a roupa pro'cê tirar,
Pra que a tua mão enfeite meu colo,
Pra que teu sorriso se espalhe em meu umbigo,
Pra que sua sorte encontre minha cama.
Eu não preciso dos odores que vem em vidros,
Feromônios destoam nas ruas,
Mas meu aroma tu reconheces como um leão faminto.
Eu desligo os alarmes,
Destranco as portas,
Descarto os medos,
Desbravo os devaneios.
Eu escolho arder em tuas pernas.
Acorde meu bem, pois o dia raiou.
Respire em mim e inspire em nós.